Seu dispositivo Android se conecta com os servidores do Google com mais frequência do que imaginamos.

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Your Android phone pings Google a lot more than you might think
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Seu celular com sistema operacional Android está reunindo uma grande quantidade de informações a seu respeito.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo professor da Universidade Vanderbilt Douglas C. Schmidt, o Android coleta quase 10 vezes mais dados do que o iOS da Apple. O relatório publicado em 15 de agosto não reflete bem para a empresa, que foi recentemente criticada por continuar a coletar informações de localização dos usuários, mesmo após a desativação da configuração de histórico de localização em seus dispositivos.

O estudo destaca que uma grande quantidade de informações é coletada pelo Google mesmo quando o usuário não está usando seus produtos, principalmente em dispositivos móveis Android.

Além disso, Schmidt descobre que o Google tem a capacidade de desencorajar a coleta desses dados.

Em outras palavras, considerando que a precisão do estudo é válida – algo que o Google questiona vigorosamente.

“Segundo um representante do Google em comunicado enviado por e-mail ao Mashable, este documento foi solicitado por um grupo de lobistas profissionais de Washington DC e redigido por um informante para a Oracle no contexto da disputa de direitos autorais em curso com o Google. Portanto, não é surpreendente que contenha dados incorretos.”

Quando foi abordado para falar sobre a declaração do Google, Schmidt foi direto e objetivo em suas palavras.

Ele informou por e-mail que não está disponível como testemunha para a Oracle em possíveis processos judiciais com o Google. Ele esclareceu que testemunhou no julgamento Oracle vs. Google sobre “Fair Use” em maio de 2016, mas não participou desse caso desde então. Além disso, destacou que essa situação não está relacionada às práticas de coleta de dados do Google.

Adicionalmente, Schmidt enfrentou dificuldades com a declaração feita pelo Google em relação à exatidão de suas funções.

O autor expressou que sem uma definição clara do Google sobre o que constitui “informações enganosas”, não é viável oferecer uma resposta significativa. Ele se mostrou disposto a responder a questões específicas levantadas pela empresa.

O estudo em questão examinou como o Google coleta dados de seus usuários por meio de formas ativas e passivas, destacando a falta de atenção dada aos métodos de coleta passiva.

De acordo com a pesquisa, mesmo sem interação do usuário, o Google recebe dados do Android e do Chrome. Os testes revelaram que um telefone Android inativo, porém com o Chrome em segundo plano, enviou informações de localização ao Google 340 vezes em um dia, o que equivale a uma média de 14 transmissões de dados por hora.

Em resumo, o Google está obtendo informações de localização de usuários de Android, mesmo quando não estão usando ativamente o dispositivo. Isso é algo que pode ser esperado se os dados de localização estiverem ativados. No entanto, a quantidade e a frequência com que esses dados são coletados, conforme mostrado neste estudo, podem surpreender o usuário comum do Android.

Apenas evitar o uso de aplicativos do Google não é o bastante para escapar da coleta de dados, de acordo com Schmidt. O Google controla a rede de publicidade DoubleClick, que, segundo o professor, gera um identificador “usuário anônimo” que pode ser associado à Conta Google de alguém se esse usuário acessar um aplicativo do Google no mesmo navegador em que uma página de terceiros foi visitada anteriormente.

Apesar de não abordar as especificações da reivindicação mencionada, um representante do Google declarou por e-mail que o fato de a empresa ter a capacidade de realizar algo não implica necessariamente que o faça. O porta-voz também enfatizou que a empresa não participa de atividades que envolvem o compartilhamento de informações da conta do usuário, enquanto o usuário estiver logado em uma conta do Google.

No desfecho, é evidente que o Google coleta uma quantidade significativa de dados sobre o usuário através do seu dispositivo Android, em comparação com a Apple. Isso é algo a se considerar ao usar o smartphone, mesmo que esteja apenas descansando na mesa.

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Especialista em segurança e privacidade, focada em temas como criptomoedas e blockchain, atuando em São Francisco com uma abordagem profissionalmente cautelosa.

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